Você sabia que cerca de 90% da população sexualmente ativa já entrou em contato com o vírus HPV em algum momento da vida?
A infecção pelo papiloma vírus humano é considerada a infecção sexualmente transmissível mais frequente de todas, acometendo tanto em homens quanto em mulheres.
Sem tratamento, o HPV pode oferecer uma série de riscos para a saúde, especialmente das mulheres, inclusive podendo evoluir para alguns tipos de cânceres, como de colo do útero. No caso dos homens, pode evoluir para o câncer de pênis.
Se alguém te perguntasse hoje, você saberia dizer o que é o HPV? Quais os seus sintomas? E como ele pode ser prevenido, diagnosticado e tratado? Em se tratando de uma IST tão frequente, é importante saber essas respostas.
Neste artigo, vamos esclarecer todas as suas dúvidas sobre esse assunto.
HPV é a sigla em inglês para denominar um conjunto de variações do papilomavírus humano. Esses vírus são capazes de infectar pele e mucosas, podendo atingir não apenas os órgãos genitais, como também a região do ânus, da boca, da garganta e até mesmo pés e mãos.
Uma vez instalado, o vírus pode se manifestar de 3 maneiras diferentes:
A Ciência já identificou mais de 200 variações do papilomavírus humano. Dentre todos esses, 4 tipos recebem destaque por serem os mais comuns.
São as variações associadas apenas ao surgimento de verrugas genitais.
São as variações mais associadas à ocorrência de câncer de colo de útero, representando 70% dos casos.
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O HPV nem sempre apresenta sintomas. Ele pode permanecer silencioso, mas ir evoluindo até resultar em doenças mais sérias, como o câncer do colo de útero.
O principal sinal para identificar o HPV são as verrugas, as quais podem variar de pessoa para pessoa e, em alguns casos, nem serem visíveis a olho nu. Além disso, outra característica muito comum do HPV são as verrugas agrupadas na área genital, semelhantes ao formato de uma couve-flor (condiloma acuminado).
Mesmo que não estejam relacionadas ao HPV, o aparecimento de verrugas, tanto na área genital como em outras áreas, pode apontar possíveis condições de saúde. Por isso, caso você encontre lesões desconhecidas em alguma parte do seu corpo, procure um médico para avaliação.
Em algumas mulheres, o HPV também pode se manifestar como coceira ou queimação na vulva. Lembre-se que o HPV pode ser transmitido mesmo sem apresentar sintomas. Daí a importância de sempre usar preservativo em todas as relações sexuais.
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O primeiro passo para o tratamento do HPV é o diagnóstico.
No caso dos homens, a identificação costuma ser mais precoce, pela maior facilidade de visualização das verrugas na região genital.
Nos casos em que o médico fica em dúvida quanto ao diagnóstico, pode optar pela realização do exame de peniscopia, que consiste em inspecionar o pênis, o períneo, a região anal e a bolsa escrotal com o auxílio de uma lupa especial, após aplicação da substância ácido acético.
No caso das mulheres, o diagnóstico costuma ser feito principalmente por meio do exame papanicolau, recomendado no preventivo anual para todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual.
Os tratamentos para HPV não visam a eliminação do vírus, já que isso ainda não é possível. Porém, atuam eliminando verrugas e lesões que podem evoluir para condições mais sérias de saúde. Em 90% dos casos, o organismo elimina o vírus HPV num período de cerca de dois anos.
Confira abaixo alguns dos tratamentos disponíveis para o HPV.
A eliminação completa do vírus HPV atualmente só é possível pela reação do sistema imunológico de cada pessoa. Por isso, o tratamento pode incluir mudanças de hábitos (alimentação e rotinas de exercícios) e o uso de medicamentos para fortalecer as defesas naturais do corpo.
Alguns desses medicamentos são a BCG, a timomodulina e o levamisole. O uso de medicamentos injetáveis, como o Interferon, também é uma possibilidade, especialmente para pessoas que apresentem muitas verrugas.
Os cremes imunomoduladores também auxiliam no tratamento, promovendo uma melhor resposta do sistema imune do paciente. A substância Imiquimode, presente nos cremes específicos para HPV, costuma trazer bons resultados na prevenção de novas verrugas.
Atenção!
Evite a automedicação. A prescrição de qualquer medicamento deve ser feita pelo médico, de acordo com as características de cada paciente.
A remoção de verrugas é a maneira mais direta de tratar o HPV. Hoje existem diversos meios disponíveis para realizar esse tipo de procedimento, indo desde lasers, injeção de ácido tricloroacético (ATA), cauterização e até cirurgias.
As cirurgias costumam ser indicadas para manifestações subclínicas do HPV, como nos casos de verrugas e lesões no colo do útero. Nesses casos, geralmente é retirada a parte do colo do útero afetada.
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Quando devo me consultar com um ginecologista?
A melhor prevenção contra o HPV é a vacinação precoce!
O momento ideal para a vacinação é entre a infância e a adolescência. O Sistema Único de Saúde trabalha com as idades de 9 a 14 anos para meninas, e de 11 a 14 anos para meninos. Inclusive, dentro dessas faixas etárias, a vacinação é gratuita na rede pública.
Para pacientes com HIV, o sistema de saúde pública oferece a vacina gratuitamente para a faixa etária dos 9 aos 26 anos.
Em geral, o esquema vacinal é composto por 3 doses, sendo uma primeira, outra dose 2 meses depois, fechando com mais uma após 4 meses.
As vacinas para o HPV podem ser a bivalente (protegendo contra as variações 16 e 18 do vírus) ou a quadrivalente (protegendo contra as variações 6,11,16 e 18). A bivalente tem eficácia comprovada pela Anvisa para mulheres entre 10 e 25 anos. Já a quadrivalente, para mulheres entre 9 e 45 anos, e homens entre 9 e 26 anos.
Utilizar preservativos durante relações sexuais é sempre importante para a prevenção, não só contra o HPV como outras ISTs.
Como dissemos, o ideal é que a pessoa seja vacinada precocemente, antes do primeiro contato com alguma variante do vírus. A partir da idade adulta, existe o questionamento quanto à real eficácia da vacinação.
No entanto, em casos específicos é possível se vacinar, caso haja indicação (e prescrição) médica. Inclusive as clínicas particulares de vacina não são autorizadas a vacinar pacientes fora das faixas etárias citadas acima, exceto com a recomendação médica por escrito.
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Check-up da mulher: os riscos de adiar
O HPV é um vírus que age de forma silenciosa, muitas vezes passando despercebido, até se tornar uma condição de saúde mais séria. Não espere isso acontecer.
Especialmente no caso das mulheres, que estão sujeitas a riscos maiores pelo HPV, o ideal é manter sua rotina de consultas e exames regulares com o ginecologista, além de estar atenta a qualquer sinal ou verruga suspeita, e procurar o médico prontamente.
Também é importante lembrar que o fato de ter o HPV não significa necessariamente que a mulher vai evoluir para um câncer de colo do útero. Mas simplesmente que o vírus aumenta os riscos de que isso possa acontecer.
Uma coisa é certa: quanto mais cedo for feito o diagnóstico e o tratamento, menores os riscos relacionados ao HPV para sua saúde.
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