Indiscutivelmente benéfica tanto para a mãe quanto para o bebê, a amamentação parece, à primeira vista, uma prática completamente inata a toda mulher, sem segredos. Porém, o que muita gente não sabe é que a maior parte das mães de primeira viagem experimenta dificuldades comuns na amamentação, especialmente nos primeiros meses.
Para te ajudar nessa jornada, acompanhe algumas dicas para contornar as dificuldades mais comuns relatadas em consultório.
Pouco após o nascimento do bebê, é comum que a mulher experimente algum tipo de incômodo durante as primeiras amamentações, especialmente porque seus mamilos ficam mais sensíveis com a “descida” do leite para os ductos mamários. A tendência, porém, é que o corpo se acostume e se adapte à prática progressivamente. Caso isso não aconteça e você ainda esteja experimentando dor, outras razões devem ser consideradas.
Uma das causas mais comuns de dor durante a amamentação está relacionada com o surgimento de rachaduras ou fissuras nas mamas. Essas pequenas lesões, além de tornarem doloroso o momento da amamentação, podem gerar complicações mais sérias, configurando canais de entrada perfeitos para entrada de bactérias e possibilitando quadros de infecção, como por exemplo, o quadro de mastite infecciosa, uma complicação da mastite lactacional.
Na mastite lactacional, a mulher pode notar um endurecimento de uma das mamas, que fica com uma aparência avermelhada e dolorida. Essa condição atinge pelo menos 10% das mães nos primeiros três meses de amamentação e deve ser tratada o quanto antes para prevenir complicações.
O “empedramento de leite” nas mamas, que acontece quando existe um excesso de leite estagnado nos ductos mamários também é uma das principais causas da mastite lactacional; além disso, pode causar dor e desconforto para a mulher.
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Amamentação e mastite: como contornar?
Para prevenir tanto a formação de rachaduras e lesões quando a mastite, é necessário observar se a “pega”, isto é, a maneira como o bebê envolve o mamilo com a boca para se alimentar, está correta ou não. Na pega correta, o bebê terá a boca bem aberta, com os lábios virados para fora, abocanhando toda a auréola do seio. O nariz não deve encostar no peito, apenas o queixo!
Tomar cuidado com a posição durante a amamentação também é importante! Amamentar deitada ou recostada, por exemplo, pode ajudar a diminuir a pressão nas mamas, prevenindo lesões e dores. Experimente diferentes posições! Um consultor de aleitamento, um pediatra ou ginecologista obstetra podem te ajudar a encontrar a melhor posição, bem como te ensinar a melhor maneira de se fazer uma pega apropriada.
Para prevenir o empedramento de leite, uma das soluções mais simples é tomar cuidado para que os intervalos entre as mamadas não sejam muito longos. A utilização de compressas frias nos seios, bem como banhos de banheira com a submersão das mamas em água morna também podem ajudar a aliviar a dor.
A produção de pouco leite materno especialmente nos primeiros dias depois do nascimento do bebê é normal e acontece porque as alterações hormonais relacionadas com a produção do leite continuam acontecendo até por volta do quarto dia desde o início da amamentação. Depois desse intervalo, a tendência é que a produção de leite aumente, por isso, não se preocupe!
Especialmente nos primeiros dias, o estômago do bebê ainda é muito pequeno, não necessitando de tanto leite. Além disso, as mamadas constantes garantem que ele terá a nutrição necessária. Você só deve se preocupar se o bebê experimentar uma diminuição de peso não esperada ou sinais de desidratação. Nesse caso, a ajuda de um profissional da saúde pode te orientar e tranquilizar sobre qual o melhor caminho a se tomar.
Caso a produção de leite não aumente mesmo depois da primeira semana, isso pode ser um sinal de cansaço exacerbado ou problemas com a alimentação. Ter um bebê, especialmente se é o seu primeiro, pode ser muito estressante e isso também pode afetar o seu corpo, bem como a produção de leite. Por isso, cuide de você mesma e não dispense a ajuda de um profissional de saúde para te ajudar nessa tarefa.
Já discutimos como o empedramento de leite pode gerar dor e levar até mesmo ao desenvolvimento de mastite lactacional. Porém, outros problemas podem estar associados a produção exagerada de leite materno.
Durante os 2 primeiros meses, o corpo ainda está se acostumando com a “produção certa” de leite para o bebê, sendo que, depois desse intervalo, a quantidade de produção costuma se adequar à demanda do bebê. Porém, em alguns casos, a produção de leite pode ser muito além da necessária, configurando um quadro de hiperlactação.
A hiperlactação (além de causar o empedramento de leite) pode fazer com que o leite em excesso saia em jatos, potencialmente levando o bebê a se assustar e engasgar, em certos casos.
O tratamento para casos de hiperlactação costuma ser simples e pode ser amenizado com uma rotina de amamentação frequente, de livre demanda, observando as posições de amamentação (priorizando a posição recostada, para que seu bebê consiga controlar melhor o fluxo de leite) e realizando extrações manuais de leite.
Uma vez extraído, esse leite pode ser transferido para um recipiente e utilizado para a alimentação posterior do bebê. Porém, lembre-se que esse leite deve ser consumido em até 24 horas!
Especialmente nos primeiros meses, com o corpo ainda se acostumando com os estímulos de produção de leite é muito comum que o leite em excesso extravase pelas roupas, podendo gerar constrangimentos.
Isso pode acontecer tanto devido à pressão dos sutiãs e roupas nas mamas, quanto pelo simples estímulo auditivo de um bebê chorando num supermercado. Esse processo é normal e, se não acompanhado de outros sintomas, não é razão para se preocupar.
Tome cuidado para não usar sutiãs ou roupas apertadas, especialmente na área ao redor das mamas. Além disso, para te garantir mais segurança, você pode utilizar protetores de mama laváveis e descartáveis por dentro do sutiã.
Caso a perda de leite seja considerável, você também pode utilizar coletores de leite que se adaptam ao lado interno do sutiã. Dessa forma, depois de preenchidos, esse leite por ser conservado na geladeira por até 24 horas e utilizado na alimentação do seu bebê.
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A chegada de um bebê é um acontecimento muito importante, cheio de felicidade! Porém, como qualquer nova ocorrência da vida, é normal que dúvidas apareçam! A melhor maneira para avaliar cada caso e responder todas as suas dúvidas é, sem dúvida, estar em dia com suas consultas!
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