Câncer de endométrio: entenda o caso da Fátima Bernardes

A jornalista e apresentadora Fátima Bernardes revelou em um podcast que descobriu um câncer no endométrio durante um exame de rotina, sem ter apresentado qualquer sintoma. 

O relato gerou grande repercussão e trouxe à tona um tema que ainda é pouco discutido: a importância da prevenção e do acompanhamento regular da saúde ginecológica.

Neste artigo, você vai entender o que é o câncer de endométrio, como ele se desenvolve, quais os sinais de alerta e como a prevenção pode ser feita com o acompanhamento correto. Acompanhe!

Entenda o caso da Fátima Bernardes

O diagnóstico de câncer de endométrio da apresentadora Fátima Bernardes ocorreu de forma inesperada, durante um exame de rotina. Mesmo sem apresentar sintomas, ela fazia acompanhamento regular com sua ginecologista e estava em tratamento com reposição hormonal. 

Foi justamente em uma dessas consultas que a médica observou um espessamento do endométrio, o que levou à solicitação de exames complementares.

O que chama a atenção no relato de Fátima é o papel essencial da prevenção e da relação de confiança com a equipe médica. A ginecologista, ao notar uma alteração aparentemente discreta, seguiu com a investigação. Esse cuidado e a agilidade no atendimento permitiram que o câncer fosse tratado em estágio inicial, com excelente prognóstico.

O que é o câncer de endométrio?

O câncer de endométrio é um tipo de tumor que se desenvolve no revestimento interno do útero, chamado endométrio. Esse tecido é sensível aos hormônios femininos, principalmente ao estrogênio, e sofre alterações ao longo do ciclo menstrual. Quando há um estímulo hormonal excessivo, especialmente sem o devido equilíbrio da progesterona, o endométrio pode crescer de forma anormal, o que aumenta o risco de desenvolver câncer.

Diferença entre câncer de endométrio e câncer de colo do útero

Muitas pessoas confundem esses dois tipos de câncer por ambos ocorrerem na região uterina. No entanto, são doenças distintas:

Câncer de endométrio: tem origem na parte interna do útero e está mais relacionado ao desequilíbrio hormonal, especialmente na menopausa.

Câncer de colo do útero: ocorre na parte inferior do útero e é frequentemente causado pela infecção persistente por HPV (Papilomavírus Humano).

O que aumenta o risco desse tipo de câncer?

Algumas condições podem aumentar o risco de desenvolver esse tipo de câncer. Confira abaixo quais são as principais.

Idade acima dos 50 anos

Com o avanço da idade, o organismo passa por alterações hormonais naturais, como a queda da produção de progesterona após a menopausa, o que favorece o crescimento anormal do endométrio e aumenta o risco de câncer.

Menopausa tardia ou menarca precoce

Ambas as condições aumentam o tempo de exposição do endométrio ao estrogênio, sem a contraposição adequada da progesterona, o que pode favorecer o crescimento celular anormal e elevar o risco de câncer.

Obesidade

O excesso de tecido adiposo aumenta os níveis de estrogênio circulante no corpo, mesmo após a menopausa, o que pode estimular o crescimento anormal do endométrio.

Diabetes tipo 2

Níveis elevados de insulina e resistência à insulina podem influenciar o metabolismo hormonal e favorecer o crescimento celular anormal no endométrio.

Uso prolongado de estrogênio sem progesterona

O uso de estrogênio por longo período é comum em algumas terapias de reposição hormonal. Esse hormônio, porém, estimula o crescimento do endométrio, e caso não haja o uso adequado de progesterona, esse estímulo contínuo pode levar à hiperplasia endometrial e aumentar o risco de desenvolvimento de câncer.

Histórico familiar de câncer ginecológico

Parentes de primeiro grau com câncer de endométrio, ovário ou mama podem indicar predisposição genética, aumentando o risco de desenvolvimento da doença.

Síndrome dos ovários policísticos

Também conhecida como SOP, essa condição pode levar à produção cronicamente elevada de estrogênio sem a ovulação regular, o que expõe o endométrio a um estímulo hormonal contínuo e aumenta o risco de alterações celulares anormais.

👉 Veja também – Como tratar a endometriose?

Sintomas e diagnóstico

O câncer de endométrio pode evoluir de forma silenciosa, especialmente nos estágios iniciais. Em muitos casos, não há sintomas perceptíveis, o que reforça a importância dos exames de rotina.

Quando os sinais aparecem, o mais comum é o sangramento uterino anormal, principalmente após a menopausa ou entre os ciclos menstruais, no caso de mulheres ainda em idade fértil. Esse tipo de sangramento deve sempre ser investigado.

Outros sinais de alerta incluem:

✅ Dor pélvica persistente.

✅ Corrimento vaginal incomum (com coloração ou odor alterados).

✅ Sensação de pressão na pelve.

✅ Desconforto ou dor durante a relação sexual.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer de endométrio envolve a combinação de exames clínicos, de imagem e laboratoriais, especialmente quando há sinais de alerta como sangramento anormal. Os principais exames utilizados são:

Ultrassonografia transvaginal: é o exame inicial mais comum para avaliar o espessamento do endométrio. Ele permite medir a espessura da camada interna do útero e identificar possíveis alterações estruturais.

Histeroscopia: exame realizado por via vaginal, com o uso de uma câmera que permite visualizar diretamente o interior do útero. Caso alguma área suspeita seja encontrada, é possível realizar a biópsia durante o procedimento.

Biópsia do endométrio: é a coleta de uma pequena amostra do tecido do endométrio para análise em laboratório. É o exame que confirma o diagnóstico e define se há presença de células cancerígenas.

A importância da reposição hormonal segura

A reposição hormonal é uma alternativa eficaz para aliviar os sintomas da menopausa, como ondas de calor, insônia, irritabilidade e ressecamento vaginal. No entanto, seu uso deve ser cuidadosamente indicado e monitorado por especialistas.

O uso inadequado ou prolongado de estrogênio, especialmente sem a associação com progesterona em mulheres que ainda possuem útero, pode aumentar o risco de desenvolver câncer de endométrio. Isso ocorre porque o estrogênio estimula o crescimento do endométrio, e, sem o equilíbrio da progesterona, esse estímulo pode se tornar excessivo e favorecer alterações celulares anormais.

Por isso, é essencial que a terapia hormonal seja sempre personalizada, considerando fatores como idade, histórico de saúde, sintomas e exames atualizados. 

Ginecologistas e Endocrinologistas são os profissionais mais indicados para avaliar a necessidade da reposição, orientar sobre os riscos e benefícios, e acompanhar regularmente a resposta do organismo ao tratamento.

Quando bem indicada e monitorada, a reposição hormonal traz qualidade de vida às mulheres no climatério e na menopausa, sem comprometer a segurança. O segredo está no acompanhamento contínuo e na escolha de uma conduta adequada para cada paciente.

Câncer de endométrio: como se cuidar?

A melhor forma de prevenir o câncer de endométrio é manter uma rotina regular de cuidados com a saúde ginecológica. Isso inclui realizar consultas periódicas com ginecologista, mesmo sem sintomas, especialmente após os 40 anos ou com a chegada da menopausa.

Muitas doenças ginecológicas, incluindo o câncer de endométrio, podem se desenvolver de forma silenciosa. Exames preventivos como a ultrassonografia transvaginal e a histeroscopia diagnóstica são fundamentais para identificar alterações no útero ainda em fases iniciais.

Como no caso da Fátima, o exame de rotina pode salvar vidas. Por isso, estar atenta ao próprio corpo, seguir as orientações médicas e manter os exames em dia são atitudes que fazem toda a diferença na saúde e no bem-estar das mulheres ao longo da vida.

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Câncer de tireoide: sintomas e tratamentos

O câncer de tireoide é considerado o tipo mais frequente de câncer a acometer a região da cabeça e do pescoço. Outra característica peculiar desse tipo de neoplasia é o fato de – em grande parte dos casos – surgir em pacientes jovens (entre 20 e 50 anos).

A seguir vamos te explicar o que é quais os tipos de câncer de tireoide, os fatores que aumentam as chances de ter, os principais sintomas indicativos, assim como os melhores tratamentos.

Boa leitura!

Câncer de tireoide: quais os sinais e sintomas

O câncer de tireoide é uma condição em que células cancerígenas se desenvolvem nessa glândula, que fica localizada na parte anterior do pescoço.

A tireoide é responsável pela produção dos hormônios T3 e T4, que regulam o metabolismo do corpo, influenciando o funcionamento de órgãos vitais, como o coração, cérebro, fígado e rins.

Existem vários tipos de câncer de tireoide, sendo os três principais:

✅ Carcinoma papilífero: tipo mais comum de câncer de tireoide, representando a maioria dos casos. Geralmente, é um câncer de crescimento lento e possui uma boa taxa de cura, mesmo quando detectado em estágios iniciais.

✅ Carcinoma folicular: representa uma parcela menor dos casos de câncer de tireoide. Assim como o carcinoma papilífero, o carcinoma folicular também costuma ter uma boa taxa de cura, especialmente quando diagnosticado precocemente.

✅ Carcinoma medular: menos comum que os dois tipos anteriores, o carcinoma medular origina-se das células C da tireoide e pode secretar hormônios que afetam outros órgãos. Tende a ser mais agressivo e pode requerer tratamento mais intensivo.

Outros tipos mais raros de câncer de tireoide incluem o carcinoma anaplásico, que é altamente agressivo, e o linfoma da tireoide, que se origina nas células do sistema linfático.

Os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de tireoide incluem:

exposição a radiação;

histórico familiar da doença;

doença de tireoide prévia;

dieta pobre em iodo;

ser do sexo feminino;

genética;

histórico de câncer;

ter idade superior a 30 anos.

Sinais e sintomas do câncer de tireoide

O câncer de tireoide não costuma dar sinais claros inicialmente, o que torna importante manter o hábito de, ao menos uma vez no ano, fazer avaliações preventivas, que incluam exames laboratoriais e, a critério médico, ecografia da tireoide.

Ainda assim, é importante estar atento a possíveis sinais e sintomas do câncer de tireoide, como: 

✅ Nódulo na tireoide – A presença de um nódulo na tireoide é um dos sinais mais comuns. Nem todos os nódulos são cancerígenos, mas é importante avaliá-los.

✅ Inchaço no pescoço – O câncer de tireoide pode causar um inchaço perceptível no pescoço, muitas vezes visível ou palpável.

✅ Alterações na voz – Alterações na voz, como rouquidão persistente, podem ocorrer quando o câncer de tireoide afeta as cordas vocais.

✅ Dificuldade ao engolir – Dificuldade ou desconforto ao engolir pode ser um sintoma, especialmente se o câncer de tireoide estiver crescendo para os tecidos circundantes.

✅ Dor na garganta ou pescoço – Dor na garganta ou no pescoço, que pode se estender até os ouvidos, é um sintoma possível.

✅ Nódulos linfáticos inchados – O câncer de tireoide pode levar ao aumento dos gânglios linfáticos no pescoço.

✅ Alterações na respiração – Dificuldade respiratória pode ocorrer se o câncer se espalhar para os tecidos próximos.

✅ Alterações nos padrões menstruais – Em mulheres, alterações nos padrões menstruais podem ocorrer.

✅ Fadiga e fraqueza – O câncer de tireoide pode afetar o metabolismo, levando a sintomas como fadiga e fraqueza.

✅ Alterações no peso – Mudanças inexplicadas no peso, como ganho ou perda, podem estar associadas ao câncer de tireoide.

É importante observar que a presença de sinais e sintomas não garante o diagnóstico de câncer de tireoide, e outros problemas de saúde podem causar sintomas semelhantes. A avaliação médica é essencial para confirmar o diagnóstico e determinar o curso apropriado de ação.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer de tireoide envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Aqui estão os principais métodos utilizados – geralmente por médico(a) endocrinologista – para diagnosticar essa condição:

Exame físico

A primeira etapa nessa investigação é exame físico para avaliar a presença de nódulos ou inchaço na tireoide, bem como para verificar a presença de outros sintomas, como alterações na voz.

Exames de sangue

Exames de sangue, incluindo a dosagem de hormônios tireoidianos (TSH, T3 e T4), são realizados para avaliar o funcionamento da tireoide e identificar possíveis desequilíbrios hormonais.

Ultrassonografia

A ultrassonografia é um exame de imagem que utiliza ondas sonoras para criar uma imagem detalhada da tireoide. Pode identificar a presença de nódulos e fornecer informações sobre a sua característica.

Cintilografia de tireoide

Este exame utiliza uma pequena quantidade de material radioativo para criar imagens da tireoide. Ajuda a determinar a atividade funcional dos nódulos e a identificar áreas suspeitas.

Biópsia por punção aspirativa por agulha fina (PAAF)

A PAAF é o método mais preciso para diagnosticar se um nódulo é cancerígeno. Uma agulha fina é inserida no nódulo para coletar células para análise microscópica.

Tomografia computadorizada e ressonância magnética

Esses exames de imagem podem ser usados para avaliar a extensão do câncer, especialmente se há suspeita de invasão para além da tireoide.

O diagnóstico do câncer de tireoide muitas vezes requer uma abordagem multifacetada, integrando informações clínicas, laboratoriais e de imagem. A confirmação do diagnóstico é obtida por meio da análise das células coletadas na biópsia por punção aspirativa, que permite identificar a presença de células cancerosas e determinar o tipo específico de câncer de tireoide. 

O acompanhamento e orientação de um endocrinologista são fundamentais para determinar o tratamento adequado.

Como é tratado o câncer de tireoide?

O tratamento do câncer de tireoide depende de vários fatores, incluindo o tipo de câncer, o estágio da doença, a idade do(a) paciente e a presença (ou não) de outras condições médicas. Os principais métodos de tratamento incluem:

Cirurgia

A cirurgia é frequentemente o tratamento primário para o câncer de tireoide. A tireoidectomia, remoção da tireoide, pode envolver a retirada total ou parcial do órgão, dependendo da extensão do câncer. Em alguns casos, também podem ser removidos os gânglios linfáticos próximos.

Terapia com iodo radioativo (Iodo-131)

Após a cirurgia, especialmente para cânceres diferenciados de tireoide, pode ser administrada uma dose de iodo radioativo para destruir células de tireoide remanescentes. Isso é conhecido como terapia ablativa.

Terapia de reposição hormonal

Após a tireoidectomia, os pacientes precisam de hormônio tireoidiano (tiroxina) para substituir a função da tireoide removida. Este tratamento é necessário para manter os níveis hormonais adequados no corpo.

Acompanhamento e monitoramento

O acompanhamento regular é essencial para monitorar os níveis hormonais, a função tireoidiana e para detectar qualquer recorrência do câncer.

Radioterapia

Em alguns casos, a radioterapia pode ser usada para tratar áreas específicas após a cirurgia, especialmente quando há risco de recorrência.

Terapias-alvo específicas

Para casos avançados ou resistentes, podem ser utilizadas terapias-alvo específicas que visam proteínas específicas associadas ao crescimento das células cancerígenas.

Quimioterapia

A quimioterapia é geralmente menos comum no tratamento do câncer de tireoide, mas pode ser considerada em casos avançados ou resistentes a outros tratamentos.

O tratamento é altamente personalizado e é decidido em consulta com uma equipe médica especializada, incluindo cirurgiões, endocrinologistas, oncologistas e outros profissionais de saúde. 

O prognóstico para o câncer de tireoide é geralmente excelente, especialmente para os tipos diferenciados, que respondem bem ao tratamento. O acompanhamento contínuo é fundamental para monitorar a resposta ao tratamento e detectar eventuais recorrências precocemente.

Conteúdos para complementar a sua pesquisa:

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