
Receber o diagnóstico de síndrome de Turner em uma filha é algo que pode gerar muitas dúvidas e preocupações nos pais. Essa condição genética, que afeta aproximadamente uma em cada 2.500 meninas nascidas, traz desafios específicos que podem ser bem conduzidos com o acompanhamento médico certo e apoio familiar.
Se você está buscando informações sobre como esta síndrome impacta o desenvolvimento infantil, este guia completo vai esclarecer suas principais dúvidas.
A síndrome de Turner é uma condição genética que ocorre exclusivamente em meninas e é causada pela ausência parcial ou total de um dos cromossomos X. Em condições normais, as meninas nascem com dois cromossomos X (46,XX), mas na síndrome de Turner, esse padrão é alterado.
Essa alteração genética não é herdada dos pais nem causada por fatores ambientais ou comportamentais dos pais. Trata-se de um evento aleatório, que ocorre durante a formação do óvulo ou espermatozoide ou logo após a fertilização.
As formas como essa síndrome se manifesta varia bastante de caso a caso, mas algumas características podem estar presentes desde o nascimento ou se desenvolver durante a infância:
As características mais comuns, que podem ser percebidas já no nascimento, são:
✅ Comprimento ligeiramente menor que a média;
✅ Inchaço nas mãos e pés (linfedema);
✅ Pescoço curto, com excesso de pele;
✅ Implantação baixa das orelhas;
✅ Linha do cabelo baixa na nuca.
Já as características que se desenvolvem ao longo da infância costumam ser:
✅ Baixa estatura;
✅ Pescoço mais largo, com excesso de pele nas laterais;
✅ Tórax largo, com mamilos espaçados;
✅ Braços voltados para fora;
✅ Múltiplas pintas pequenas na pele;
✅ Unhas encurvadas e estreitas.
Durante os primeiros anos de vida, muitas crianças com síndrome Turner apresentam crescimento mais lento que suas colegas. Este padrão se torna mais evidente após os 2-3 anos de idade, quando a velocidade de crescimento diminui em relação ao esperado para a idade.
É importante destacar que nem todas as meninas com síndrome de Turner apresentam características físicas evidentes. Algumas podem ter aparência completamente normal, com o diagnóstico sendo feito apenas na adolescência quando a puberdade não se inicia espontaneamente.
Como a síndrome de Turner afeta o crescimento e o desenvolvimento das meninas afetadas, essa é uma das principais preocupações dos pais.
O crescimento é comprometido devido a diferentes fatores, como:
✅ Muitas meninas com síndrome de Turner têm produção reduzida de hormônio do crescimento, o que contribui para a baixa estatura.
✅ A falta de estrogênio e outros hormônios sexuais afeta não apenas o desenvolvimento sexual, mas também o crescimento ósseo durante a puberdade.
✅ Algumas meninas apresentam alterações na estrutura óssea que podem afetar o crescimento linear.
Sem tratamento, as meninas com síndrome de Turner tendem a atingir estatura adulta cerca de 20 centímetros abaixo da média esperada para sua família.
O desenvolvimento puberal é significativamente afetado na maioria das meninas com síndrome de Turner. Os ovários geralmente não se desenvolvem adequadamente (disgenesia gonadal), resultando em:
✅ Ausência de menstruação (amenorreia primária);
✅ Desenvolvimento mamário inadequado ou ausente;
✅ Falta de desenvolvimento dos pelos pubianos e axilares;
✅ Dificuldades de fertilidade na vida adulta
A síndrome de Turner pode causar dificuldades de aprendizagem específicas, embora a inteligência geral permaneça normal. É importante que pais e educadores compreendam essas particularidades.
Muitas habilidades permanecem preservadas nessas crianças, como:
✅ Inteligência verbal normal ou superior;
✅ Capacidade de leitura adequada;
✅ Memória verbal;
✅ Habilidades linguísticas.
Já as áreas nas quais pode haver algum tipo de dificuldade costumam ser:
✅ Coordenação motora fina;
✅ Matemática, especialmente geometria;
✅ Percepção de direções e orientação espacial;
✅ Organização e planejamento.
Meninas com síndrome de Turner têm maior risco de desenvolver problemas cardíacos, que requerem monitoramento regular, como coarctação da aorta (estreitamento da artéria principal, válvula aórtica bicúspide e dilatação da raiz aórtica.
Além disso, a condição eleva o risco de desenvolver hipertensão arterial, arritmias cardíacas, doença coronariana precoce, problemas renais, alterações da tireoide, problemas auditivos, problemas oculares, diabetes e obesidade.
Os sinais desse diagnóstico podem surgir em diferentes momentos, levando a uma investigação mais aprofundada:
✅ Durante a gravidez: exame de ecografia gestacional pode mostrar sinais como aumento da translucência nucal ou linfedema fetal.
✅ No nascimento: presença de linfedema, pescoço alado ou outras características físicas típicas.
✅ Na infância: baixa estatura progressiva ou velocidade de crescimento reduzida.
✅ Na adolescência: ausência de desenvolvimento puberal ou menstruação.
O exame definitivo para o diagnóstico da Síndrome de Turner é o teste de cariótipo, que analisa os cromossomos e é realizado através de coleta de sangue.
Outros exames complementares, que podem ser feitos são o ecocardiograma para avaliar estrutura cardíaca, a ecografia dos rins, exames hormonais (hormônio do crescimento, hormônios tireoidianos) e a avaliação auditiva e oftalmológica.
O tratamento para a síndrome de Turner frequentemente inclui terapia com hormônio do crescimento para otimizar a estatura final, que geralmente começa quando a velocidade de crescimento está abaixo do esperado, tipicamente entre 4-6 anos de idade.
Já a reposição de hormônios sexuais é iniciada quando apropriado para promover desenvolvimento puberal, principalmente estrogênio – para induzir desenvolvimento de características sexuais secundárias – e progesterona, após o desenvolvimento das mamas, para induzir a menstruação.
❓”Minha filha poderá ter uma vida normal?”
Sim, com acompanhamento médico adequado, a maioria das meninas com síndrome de Turner leva vida normal, incluindo educação, carreira e relacionamentos.
❓”O tratamento com hormônio do crescimento é obrigatório?”
Não é obrigatório, mas é recomendado na maioria dos casos para otimizar a estatura final e melhorar a qualidade de vida.
❓”Como explicar a condição para irmãos e familiares?”
Use linguagem simples e adequada à idade, focando no fato de que é uma condição com a qual se pode viver bem com cuidados apropriados.
❓”Quando devo falar com minha filha sobre fertilidade?”
Este tópico deve ser abordado gradualmente durante a adolescência, sempre com apoio de profissionais especializados.
❓”A síndrome de Turner pode afetar outros filhos?”
Não, a síndrome de Turner não é hereditária. É um evento aleatório que não aumenta o risco para outros filhos.
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