Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), estima-se que o lúpus afete cerca de 65 mil brasileiros, entre 20 e 45 anos de idade, sendo a maioria mulheres.
Além disso, das mais de 80 doenças autoimunes conhecidas, atualmente, o lúpus é uma das mais graves.
Por toda essa importância, a seguir vamos te explicar o que é o lúpus, seus sinais e sintomas típicos, diagnóstico e formas de tratamento.
Boa leitura!
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O lúpus é uma doença crônica autoimune, o que significa que o sistema imunológico do corpo ataca por engano seus próprios tecidos e órgãos. Isso pode afetar diversas partes do corpo, incluindo a pele, as articulações, os rins, o cérebro, o coração, os pulmões, o sangue e outros órgãos.
Existem vários tipos de lúpus, sendo o mais comum o lúpus eritematoso sistêmico (LES), que pode afetar múltiplos órgãos e apresentar uma ampla gama de intensidade nos sintomas, desde leves até potencialmente fatais.
A causa exata do lúpus é desconhecida, mas acredita-se que seja multifatorial, envolvendo uma combinação de fatores genéticos, ambientais e possivelmente hormonais, que desencadeiam a resposta autoimune anormal.
Embora o lúpus possa afetar pessoas de qualquer idade, sexo e etnia, é mais frequente em mulheres em idade fértil.
O lúpus é caracterizado por episódios alternados de exacerbação (surtos) e remissão, o que significa que os sintomas podem piorar repentinamente antes de melhorar ou até desaparecer temporariamente. A natureza autoimune da doença faz com que a resposta inflamatória provocada pelo ataque imunológico aos tecidos saudáveis possa resultar em danos e disfunções em várias partes do corpo.
Devido à sua complexidade e à variedade de sistemas corporais que pode afetar, o lúpus é considerado uma doença desafiadora tanto para diagnóstico quanto para tratamento, exigindo uma abordagem personalizada e multidisciplinar para o manejo eficaz da condição e de seus sintomas.
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Os sintomas do lúpus podem variar consideravelmente de pessoa para pessoa, refletindo a natureza sistêmica e imprevisível da doença. Alguns sintomas são comuns e podem servir de alerta para procurar avaliação médica, como:
✅ Fadiga extrema: Um cansaço persistente que não melhora com o repouso pode ser um dos primeiros sinais de lúpus.
✅ Febre: Febre de baixo grau sem uma causa aparente pode ser um indicativo precoce.
✅ Dores nas articulações: Rigidez e inchaço nas articulações, especialmente pela manhã, podem ser sintomas de lúpus.
✅ Erupções cutâneas: A erupção malar ou “borboleta”, que cobre as bochechas e a ponte do nariz, é característica. Outras erupções podem ocorrer em áreas expostas ao sol.
✅ Lesões cutâneas que aparecem ou pioram com a exposição ao sol: A sensibilidade ao sol resulta em erupções ou piora dos sintomas existentes.
✅ Úlceras na boca: Feridas na boca, muitas vezes indolores, podem aparecer no palato.
✅ Alterações nos dedos das mãos e dos pés: Os dedos podem ficar brancos ou azuis quando expostos ao frio ou durante períodos de estresse (fenômeno de Raynaud).
✅ Perda de cabelo: Afinamento, quebra ou perda de cabelo de forma mais difusa.
✅ Problemas pulmonares: Dificuldade para respirar pode surgir devido à inflamação do tecido que recobre os pulmões.
✅ Problemas renais: a nefrite lúpica é uma preocupação séria, podendo não apresentar sintomas iniciais evidentes , mas detectável por meio de exames de urina.
✅ Dores de cabeça, confusão mental e perda de memória: Problemas neurológicos, incluindo alterações de humor e até convulsões.
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Já em relação aos sinais que podem servir de alerta para a busca por ajuda médica precoce, alguns se destacam, como:
✅ Persistência de sintomas: Se você experimenta uma combinação dos sintomas acima de forma persistente, principalmente se eles parecem piorar ou não melhoram com medidas gerais de cuidado.
✅ Sintomas novos ou agravantes: O aparecimento de novos sintomas ou o agravamento dos existentes, especialmente se afetam sua capacidade de realizar atividades diárias.
✅ Alterações significativas na saúde: Mudanças abruptas em sua saúde geral, como perda de peso não intencional, febre persistente sem causa conhecida, ou dificuldades respiratórias.
Devido à natureza variável e muitas vezes sutil dos sintomas iniciais do lúpus, pode ser desafiador reconhecer a doença nos seus estágios iniciais. No entanto, uma avaliação médica oportuna é crucial para um diagnóstico correto e para iniciar o manejo adequado da doença, minimizando o risco de complicações graves.
Se você suspeita que pode ter lúpus, é importante consultar um médico, preferencialmente um reumatologista, que é especializado em doenças autoimunes e articulares.
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O diagnóstico do lúpus é desafiador devido à sua natureza complexa e aos sintomas que muitas vezes se sobrepõem com outras condições.
Não existe um único teste que possa confirmar o lúpus, então o diagnóstico é tipicamente baseado em uma combinação de sinais clínicos, sintomas e resultados de testes laboratoriais, geralmente constando de:
✅ Avaliação clínica: Inclui um histórico médico detalhado e exame físico, com atenção especial aos sintomas característicos do lúpus, como erupções cutâneas, artrite e sinais de envolvimento renal ou neurológico.
✅ Exames de sangue: Um teste inicial comumente realizado é para anticorpos antinucleares (ANA). A presença de ANAs é comum em pessoas com lúpus, mas também pode ser vista em outras doenças autoimunes e em indivíduos saudáveis.
✅ Anticorpos específicos: Testes adicionais para anticorpos específicos, como anti-DNA de dupla hélice (anti-dsDNA), anti-Smith (anti-Sm) e outros, podem ajudar no diagnóstico e na avaliação da atividade da doença.
✅ Exames de urina: Avaliam a função renal e detectam a presença de proteína ou sangue na urina, o que pode indicar envolvimento renal.
✅ Testes de imagem: Como ultrassonografias, tomografias ou ressonâncias magnéticas, podem ser utilizados para avaliar o envolvimento de órgãos internos.
✅ Biópsia: Em alguns casos, como quando há suspeita de nefrite lúpica, pode-se realizar uma biópsia renal para confirmar o diagnóstico.
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O tratamento do lúpus é personalizado conforme os sintomas específicos de cada paciente e pode envolver uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde. O objetivo é controlar os sintomas, reduzir a inflamação, prevenir surtos e minimizar danos aos órgãos. As opções de tratamento incluem:
✅ Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): Para dor e inchaço nas articulações.
✅ Corticoides: Para reduzir a inflamação. Devido aos efeitos colaterais a longo prazo, o objetivo é usar a dose mais baixa possível que controle os sintomas.
✅ Antimaláricos: Como a hidroxicloroquina, que pode ajudar a controlar os sintomas do lúpus e é frequentemente usada a longo prazo.
✅ Imunossupressores: Medicamentos que suprimem o sistema imunológico, como azatioprina, metotrexato e micofenolato mofetil, podem ser usados em casos de lúpus mais grave para controlar a atividade da doença.
✅ Terapias biológicas: Como o belimumabe, um anticorpo monoclonal que é específico para o tratamento do lúpus, pode ser indicado para pacientes com sintomas que não respondem a outros tratamentos.
✅ Mudanças no estilo de vida: Incluem proteção solar rigorosa, dieta saudável, exercícios regulares e evitar fatores que possam desencadear surtos.
✅ Acompanhamento regular: Monitoramento contínuo da atividade da doença e dos efeitos colaterais do tratamento, ajustando as terapias conforme necessário.
Cada paciente com lúpus tem uma experiência única com a doença, e o tratamento é frequentemente ajustado ao longo do tempo para se adaptar às mudanças na condição da doença e nos sintomas.
O manejo bem-sucedido do lúpus requer uma parceria estreita entre o paciente e uma equipe de saúde experiente, com foco na melhoria da qualidade de vida e na prevenção de danos a longo prazo.
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